Joaquim Miranda Sarmento falava no Campo Pequeno, em Lisboa, no comício de encerramento da AD -- coligação PSD/CDS para as eleições legislativas antecipadas de domingo, num discurso em que reivindicou ter ultrapassado as metas dos executivos socialistas em relação ao excedente orçamental e ao crescimento económico.
Mas o ministro das Finanças fez sobretudo um discurso político, colocando em contraponto "a moderação e serenidade" de Luís Montenegro "com o radicalismo, impreparação e imponderação" de Pedro Nuno Santos.
"Pedro Nuno Santos é um mau líder do PS, mas seria um belíssimo líder do Bloco de Esquerda. Não tenho dúvidas de que se Pedro Nuno de Santos fosse líder do Bloco de Esquerda, o BE não teria dois por cento nas sondagens, teria um bocadinho mais. Mas o problema é que ele é líder do PS", comentou, recebendo palmas.
Mas Joaquim Miranda Sarmento foi mais longe e falou em alegadas divisões entre os socialistas, dizendo que ficou com essa perceção pelos debates que travou com candidatos do PS pelo círculo de Lisboa. O titular da pasta das Finanças não disse o nome da ex-ministra da Presidência socialista, Mariana Vieira da Silva, mas deixou isso subentendido.
"Além dividido, o PS está um bocadinho envergonhado e percebo o embaraço. Muitos deles foram ministros do doutor António Costa", disse.
A seguir, referiu-se ao terceiro e último executivo de António Costa, "o Governo em que Pedro Nuno de Santos teve de se demitir por incompetência, naquele Governo em que Pedro Nuno de Santos teve de se humilhar publicamente depois de um despacho em que localizava o aeroporto em não sei quantos sítios diferentes e que mais ninguém conhecia", declarou.
Miranda Sarmento concluiu que "muitos socialistas estão hoje um bocadinho envergonhados porque sabem uma coisa: Se Pedro Nuno Santos não serviu para não pode servir para primeiro-ministro".
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