O comunicado da polícia de Hong Kong, divulgado na noite de quinta-feira, não divulgou a identidade das seis pessoas suspeitas de violar, entre novembro de 2020 e junho de 2024, a lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020.
Os agentes realizaram também buscas no escritório de uma organização e apreenderam documentos, nomeadamente documentação bancária, e dispositivos eletrónicos, para investigação posterior, segundo o comunicado.
As seis pessoas foram obrigadas a entregar à polícia os documentos de viagem.
O braço de segurança nacional de Pequim em Hong Kong também solicitou assistência da polícia de segurança nacional da cidade, incluindo para agendar entrevistas com as pessoas envolvidas no caso, informou a polícia.
Mas a força policial local não revelou detalhes sobre as acusações nem a identidade da organização envolvida, afirmando que a investigação ainda estava em curso.
A operação aconteceu horas depois da divulgação de uma entrevista em que o secretário da Justiça de Hong Kong defendeu o reforço do enquadramento legal através da nova lei de salvaguarda da segurança nacional, aprovada em maio pelo parlamento local.
"Queremos que os cidadãos encarem esta proteção como uma responsabilidade natural, parte integrante da nossa identidade enquanto cidadãos chineses", declarou Paul Lam.
A nova legislação permite entregar à justiça da China continental o julgamento de crimes relacionados com a segurança nacional, incluindo traição e sedição.
As infrações à norma podem ser punidas com coimas até 500 mil dólares de Hong Kong (cerca de 56 mil euros) e penas de prisão de até sete anos.
O artigo 23 da nova lei prevê crimes como traição, insurreição ou conluio com forças externas com o objetivo de pôr em risco a segurança nacional, podendo ser punidos com pena de prisão perpétua.
A reforma foi alvo de críticas por parte de governos estrangeiros e organizações internacionais, que alertaram para o início de uma "nova era de autoritarismo" e para o enfraquecimento do princípio 'um país, dois sistemas' que rege as duas regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau.
Citado pelo jornal oficial chinês China Daily, Paul Lam defendeu que a lei de segurança nacional, imposta por Pequim em 2020 após um ano de protestos pró-democracia, foi crucial para "restabelecer a estabilidade" da região.
A legislação "colmatou lacunas legais sem comprometer o Estado de direito" e afirmou que várias instituições de ensino "integraram a segurança nacional nos seus currículos", o que classificou como um progresso incontestável.
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