Calin Georgescu - o nacionalista que venceu a primeira volta das eleições presidenciais da Roménia, mas viu a sua vitória ser anulada pelo Tribunal Constitucional por suspeitas de "interferência russa" - anunciou, esta segunda-feira, que vai deixar a vida política e concentrar-se na família.
O anúncio surgiu no mesmo dia em que o parlamento romeno empossou Nicusor Dan, pró-europeu, como novo chefe de Estado da Roménia, uma semana após a vitória eleitoral sobre George Simion, um nacionalista e aliado de Georgescu.
"Decidi encerrar a minha participação ativa no processo político, considerando que esta etapa do movimento soberanista, do meu ponto de vista, já passou", disse, citado pela imprensa romena, sublinhando que se trata de uma "escolha pessoal".
Georgescu, um político praticamente desconhecido até à vitória surpresa nas eleições presidenciais, disse que agora será um "observador passivo da vida pública e social" e que tomou a decisão com base no "respeito ao povo e compreensão da situação atual".
"Agora vou concentrar toda a minha atenção e energia na minha família, que precisa de paz e principalmente de saúde, após esse período intenso e tumultuado", frisou.
"Eu escolho permanecer fora de qualquer estrutura partidária, não faço parte de nenhum partido político, parlamentar ou não parlamentar, e não sou filiado politicamente de forma alguma", acrescentou, garantindo que a sua "única lealdade permanece com o povo romeno".
Recorde-se que, numa decisão sem precedentes, o Tribunal Constitucional romeno anulou, em 6 de dezembro passado, a primeira volta das eleições presidenciais, realizadas a 24 de novembro, a dois dias da segunda volta.
A justiça baseou-se em informações que alegavam que a Rússia tinha levado a cabo uma campanha em grande escala, com milhares de contas nas redes sociais, para promover Calin Georgescu, até então relativamente desconhecido, em plataformas como o TikTok e o Telegram.
Contra as expectativas e o que indicavam as sondagens, que lhe davam 6% de intenções de voto, Georgescu, considerado pró-Moscovo, emergiu como o principal candidato em 24 de novembro, com 23% dos votos.
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